Nos últimos anos, o desenvolvimento digital passou por uma transformação profunda. A popularização de ferramentas low code e no code, somada à ascensão da inteligência artificial generativa, abriu espaço para um novo tipo de criação: mais rápida, acessível e, muitas vezes, intuitiva. É nesse contexto que surge o conceito de vibe coding: uma abordagem onde a lógica e a execução do código são mediadas por IA, a partir de comandos em linguagem natural.
Ao mesmo tempo que essas soluções oferecem velocidade e agilidade, elas também levantam uma nova série de questionamentos: até que ponto é seguro confiar apenas em interfaces visuais? Qual é o real papel da IA no desenvolvimento moderno? E principalmente: o que continua essencial mesmo em um cenário com tanta automação?
O que são Low Code, No Code e Vibe Coding?
Para entender o novo cenário do desenvolvimento digital, é importante distinguir essas três abordagens:
Low Code
Plataformas low code permitem a criação de aplicações por meio de interfaces visuais, com possibilidade de incluir trechos de código quando necessário. São ideais para quem já possui alguma base técnica, pois permitem customizações mais profundas, integração com APIs, e maior controle sobre a arquitetura. Exemplos incluem OutSystems, Make, Xano e FlutterFlow.
No Code
Já o no code visa democratizar ainda mais o desenvolvimento, permitindo que usuários sem nenhuma experiência em programação criem sistemas básicos ou intermediários. A lógica é construída com blocos visuais e templates prontos, o que agiliza o processo mas também impõe limitações. Webflow, Softr e Glide são exemplos populares.
Vibe Coding
O vibe coding representa uma nova mentalidade: ao invés de escrever código linha por linha, o desenvolvedor descreve em linguagem natural o que deseja, e a IA (como o Cursor, Copilot, Lovable, Bolt ou Replit) gera o código automaticamente. A pessoa então revisa, ajusta e valida o resultado. Essa abordagem reduz o tempo de criação e aumenta a fluidez, mas exige conhecimento para garantir segurança, coerência e manutenção futura.
Essas três abordagens coexistem, cada uma com seus pontos fortes. Quando bem utilizadas, podem acelerar entregas e reduzir custos. Quando mal compreendidas, podem gerar soluções frágeis, genéricas e difíceis de manter.
Cenários em que IA e Vibe Coding fazem total diferença
Quando usadas com consciência e supervisão, a IA e o vibe coding trazem vantagens reais em diferentes contextos. A seguir, alguns exemplos práticos onde essas abordagens podem gerar alto impacto:
- Prototipação de ideias: em fases iniciais de um projeto, descrever funcionalidades para que a IA gere esboços de código ajuda a visualizar soluções rapidamente, testar hipóteses e apresentar conceitos a stakeholders.
- Automação de tarefas repetitivas: gerar componentes visuais, funções básicas de formulário ou integrações simples pode ser feito com agilidade, liberando o profissional para se concentrar em decisões mais estratégicas.
- Aceleração de entregas simples: para projetos com escopo bem definido, como landing pages, painéis internos ou fluxos de automação, usar IA reduz drasticamente o tempo de desenvolvimento.
- Ganhos para equipes enxutas: pequenas empresas ou times de marketing com apoio técnico limitado conseguem criar soluções úteis sem depender de longos ciclos com desenvolvedores.
- Complemento à criatividade: profissionais que já têm visão de produto ou design podem transformar suas ideias em algo funcional com mais autonomia, sem abrir mão da orientação técnica.
A chave está em reconhecer que IA e vibe coding são catalisadores, eles aumentam o potencial de quem sabe onde quer chegar e entende os fundamentos da construção digital.
Agilidade não é tudo: os riscos de seguir apenas pela facilidade
A promessa de criar soluções digitais com poucos cliques atrai, principalmente, empresas que buscam velocidade e economia. Mas esse atalho, quando mal planejado, pode levar a armadilhas que comprometem o projeto a médio e longo prazo.
Com a explosão de ferramentas no code e vibe coding, surgiram também profissionais que, apesar de dominarem a interface da plataforma, não compreendem lógica de desenvolvimento, princípios de UX, segurança, versionamento ou manutenção. O resultado são soluções frágeis, com visual genérico e alto risco técnico.
Os riscos mais comuns incluem:
- Falta de personalização real: muitos projetos acabam limitados ao que o template permite. Isso gera sites e apps parecidos com dezenas de outros, prejudicando a identidade da marca.
- Problemas de segurança: ao usar IA ou no code sem supervisão técnica, é comum negligenciar pontos críticos como validação de dados, permissões e exposição de informações sensíveis.
- Ausência de manutenção e escalabilidade: sistemas criados “para ontem” com foco exclusivo na entrega rápida costumam travar quando precisam crescer, se integrar a outros sistemas ou serem atualizados.
Contratar alguém que apenas “sabe usar a ferramenta” pode parecer vantajoso no início, mas tende a custar mais caro com correções, refações e suporte emergencial. Uma entrega visualmente bonita não garante que a estrutura por trás esteja sólida.
O que a IA melhora e o que continua exigindo critério humano
A inteligência artificial generativa trouxe avanços reais para quem desenvolve com eficiência. Assistentes como Cursor e Copilot aceleram tarefas repetitivas, sugerem trechos de código e ajudam na prototipação de funcionalidades. No contexto certo, a IA pode aumentar a produtividade em até 30%.
Mas é essencial entender: a IA não sabe o que você precisa, apenas o que parece provável funcionar. Ela não entende o seu modelo de negócio, suas restrições legais ou as nuances da jornada do usuário. E, mais importante, ela pode errar, inclusive de forma grave.
Limites que exigem supervisão humana:
- Contexto de negócio e lógica de domínio: IA não compreende suas regras internas. Pode propor fluxos quebrados ou incoerentes.
- Segurança e boas práticas: estudos mostram que quase metade dos códigos sugeridos por IA têm falhas de segurança.
- Manutenção futura: aceitar tudo que a IA propõe sem revisão pode criar dependência e acúmulo de código mal documentado.
Por isso, IA não substitui conhecimento técnico. Ela é uma ferramenta poderosa nas mãos certas. Usada com consciência, pode economizar tempo e recursos. Usada sem critério, compromete toda a operação.
Como avaliar um profissional de low code no mercado atual
Com tantas ferramentas no mercado e uma linguagem que parece acessível a todos, muitos empresários acreditam que contratar alguém “que mexe com no code” já é suficiente para ter um bom resultado. O problema é que nem sempre esse profissional tem base técnica para entregar uma solução estável, segura e que possa crescer junto com o negócio.
Antes de contratar alguém para criar um sistema, app ou site com IA ou plataformas low code, é importante observar alguns pontos:
1. O profissional sabe validar o que a IA sugere?
Muita gente hoje usa assistentes como Copilot ou Cursor sem revisar o que é gerado. Isso pode comprometer segurança, performance e lógica de negócio. Um bom profissional analisa cada trecho, ajusta, documenta e testa.
2. Há revisão, documentação e planejamento de manutenção?
Desenvolver rápido não significa pular etapas. Uma entrega bem feita inclui documentação, controle de versões e previsão de atualizações. Isso garante que o projeto não vire um problema no futuro.
3. O foco está na solução ou na ferramenta?
Ferramentas são meios, não fins. Um bom profissional entende o contexto do negócio, analisa necessidades reais e escolhe a abordagem com base em critérios técnicos, não apenas pela “moda” do momento.
4. Há clareza no escopo e transparência na entrega?
Profissionais sérios deixam claro o que será entregue, o que depende do cliente e como o sistema poderá evoluir. Evitam prometer o impossível ou entregar o que não sabem manter.
5. O histórico é consistente?
Analise portfólio, feedbacks e a forma como o profissional explica o processo. Quem domina a base tende a comunicar com mais clareza e menos jargão.
Considerações finais
O cenário do desenvolvimento digital mudou. Vibe coding, no code e ferramentas com IA estão transformando a forma como soluções são construídas. Agilidade é importante, mas precisa vir acompanhada de estrutura, segurança e propósito.
O desafio hoje não está em acessar essas tecnologias — e sim em saber usá-las com inteligência e responsabilidade. IA é uma aliada para quem sabe onde quer chegar. Nas mãos certas, acelera e amplia resultados. Nas mãos erradas, compromete processos, segurança e reputação.
Na EncantAi, acreditamos que automatizar não é apenas executar mais rápido — é pensar melhor, conectar com precisão e escalar com confiança. Usamos o melhor da IA e do desenvolvimento visual para entregar soluções que encantam porque funcionam, crescem e evoluem junto com o seu negócio.
Quer transformar processos em resultados com inteligência? Fale com a EncantAi. A gente conecta estratégia, automação e IA para o que realmente importa: entregar valor.